22/08/2011

ideia # 9 - Sincronicidades


"Quem pensa pouco, erra muito". (Leonardo da Vinci)

9° Dia. O conceito de sincronicidade é bastante complexo. Carl Jung no seu livro “Sincronicidade: Um Princípio de Conexões Acausais” de 1950, admite logo no prefácio a “grande responsabilidade intelectual” em tratar de um tema dessa natureza.
Não quero e não vou teorizar sobre a dinâmica do inconsciente coletivo, conexões acausais, sobre física ou psicologia analítica. Por minha total falta de conhecimento cientifico até.
Mas, admito que desde o dia em que caiu em minhas mãos, lá pelo meio da década de 80, o disco Synchronicity do Police com aquela hipnótica Every Breath You Take, eu venho estudando o tema. 
Apenas para facilitar a nossa conversa, o conceito mais simples de Sincronicidade é usado para definir os  acontecimentos que se relacionam não por uma causa em si e sim por uma relação de significado. A Sincronicidade é também referida por Jung como “coincidência significativa”.
Melhor ainda que tentar explicar é usar o exemplo de um acontecimento pessoal.
Certa feita eu estava com meu fusquinha passando pela Avenida Tiradentes. Mais ou menos próximo da Pinacoteca do Estado eu observei uma pichação num muro com a inscrição em vermelho “busca VER”. Desse jeito mesmo, o “busca” em minúsculas e o “VER” maiúsculo. Fotografei e guardei a imagem no meu computador.


Mais tarde, no mesmo dia, fui ao dentista. Todo mundo sabe como é uma sala de espera de consultório de dentista, um monte de revista velha de fofoca de artista. Mas, para minha surpresa, dessa vez no meio de uma pilha de Caras da vida, havia uma revista diferente. Tinha uma capa bonita com fotos marinhas que me chamou a atenção. Tratava-se de uma revista científica com o nome de Biologia e Sociedade.
Logo na capa a revista tinha uma chamada para um artigo especializado com o título “SAPER VERDERE...” Leonardo da Vinci, página 19.  


Bom, o Leonardo da Vinci é desde que eu era criancinha, o meu maior ídolo. Não creio que tenha existido ou mesmo vá existir alguém com um gênio criativo tão desenvolvido como o dele.
Por sorte, enquanto esperava para ser atendido, deu pra ler o artigo inteiro. Em um determinado trecho estava escrito o seguinte, (ah sim, eu “emprestei” a revista ):

Leonardo da Vinci (1452 – 1519) considerava a observação direta da experiência como essencial para a descoberta. Deu tanta importância à observação que sintetizou o seu processo de visualização e interrogação da natureza através da frase Saper vedere, Sapio audacter…, ou seja, conhecer pelo ver, ousar conhecer...”.

Eu nunca havia lido nada parecido com isso nas inúmeras leituras sobre Leonardo da Vinci, fiquei bastante curioso.

Quando voltei para casa, corri pro Google de novo e teclei: “Saper Verdere, Leonardo da Vinci”. Dentre outras centenas de coisas que li, a seguinte frase eu tive que traduzir do italiano:  

Quando as pessoas perguntavam Leonardo da Vinci o segredo do seu gênio criativo e inventivo, ele respondia: "Saper vedere", buscar como ver”.
   
Buscar como ver? Quase cai de costas. Corri para ler a foto da pichação que eu havia tirado mais cedo e lá estava com todas as letras “busca VER”.

Fiquei praticamente em transe e comecei pesquisar sem parar sobre tudo relacionado. Depois de umas duas horas, conclui que já havia lido tudo que tinha na internet sobre “Saper Verdere”, Leonardo da Vinci, “Busca Ver”, “Saber Ver”, etc.

Um assunto levando ao outro e por mistérios que só o Google explica, na minha última teclada acabei num blog exotérico (não me lembro o nome ou endereço) que falava sobre sincronicidades. Foi como se tudo se conectasse imediatamente. A pichação no muro, a revista no consultório e principalmente o que eu só deixei para contar aqui no final. Adivinhe qual era a música que tocava no som ambiente enquanto eu me sentava na cadeira da minha dentista?  Exatamente, Every Breath You Take do Police.

Fiquei muito impressionado com tudo isso e até hoje quando relato esse fato aos amigos poucos acreditam, mas é a pura verdade.  

Depois desse acontecimento passei a levar muito a sério as Sincronicidades. Em outra oportunidade contarei outras das dezenas que vivenciei.

Para finalizar, voltando ao Carl Jung, ele dizia que o princípio filosófico em que baseava a sua concepção das leis naturais era o da causalidade. Acredito nisso também, mas com certeza se existisse uma ferramenta como o Google no tempo dele ficava fácil de provar.

A minha ideia é exatamente essa. Usar o Google como instrumento facilitador para pesquisarmos as nossas Sincronicidades diárias.

A internet é em minha opinião o mais próximo da dimensão à compreensão do inconsciente coletivo. Se soubermos usá-la com inteligência, talvez no futuro possamos comprovar as teorias de Jung e Da Vinci e tantos outros. Ou ao contrário, ficará tudo por isso mesmo.   

Um comentário:

  1. Sem dúvidas isso pode explicar uma série de coisas que já aconteceram comigo. Parabéns pelo belo texto e, desde já, confesso que vou procurar o que puder a respeito, pois o assunto me interessou muito!

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