“Quem troca pães, fica com um único pão. Quem troca ideias fica com as duas. O melhor negócio é sempre trocas ideias.” (J.M. Machado de Assis)
4º Dia. Nós aprendemos na escola que o lema da nossa bandeira é uma abreviação do lema positivista criado pelo francês Auguste Comte: “L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but “ (O Amor por princípio e Ordem por base; o Progresso como meta). Muito bonito, mas o que isso tem a ver com o Brasil, com a nossa história, com a nossa cultura? Sabemos que o Coronel Benjamim Constante “Fundador da República Brasileira” era discípulo de Comte, mas quem passou recibo para os republicanos darem uma afrancesada no brasileiríssimo verde, amarelo, azul anil da nossa bandeira?
A Religião da Humanidade criada por Comte, também utilizava esse lema. Essa religião pregava que todas as religiões do passado eram formas provisórias da única e verdadeira religião: a religião positiva. Mas, o Brasil, meu Brasil brasileiro, de todos os santos, não tem nada com isso não. Colocar um lema desses na nossa bandeira é pressupor que todos nós brasileiros seríamos positivistas.
Eu proponho a eliminação total desse lema. A bandeira vai ficar até mais bonita.
Euclides da Cunha, que, aliás, eu admiro muito, disse um dia: "O lema da nossa bandeira é uma síntese admirável do que há de mais elevado em política". Só se for à política da República Euclidiana. Ele, discípulo fervoroso do Coronel Benjamim Constante, que me perdoe, mas se era pra puxar saco dos franceses, que se escrevesse logo: “Le Brésil n'est pas un pays sérieux”, frase de maior efeito do também francês Charle De Gaulle.
No meu entendimento, a essência da idéia não é, provavelmente, alterar a figura da bandeira nacional, mas a maneira de enxergar a história do Brasil. Parabéns pelo texto!
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